Seu filho pequeno pensa que a tela da TV é touch? Sinal dos tempos!
Sim, eles nasceram
touch. Nasceram Kinect. Usam a voz para dar comandos, são intuitivos e cada vez
menos dependem de manuais. São wireless, avessos a qualquer dispositivo preso
fisicamente. Geração Y? Nada disso, são nossos filhos, frutos da geração Z. Se
você tem filhos pequenos provavelmente se identificou de alguma forma. Mas o
interessante de se notar é o buraco que se criou por conta da modernidade.
Bons ou ruins são os novos tempos, que vão mudar
em breve e criar uma nova geração, com novos costumes e mais tecnologia ao seu
dispor. Se a tecnologia vai continuar a evoluir como nos últimos 10, 15 anos,
só o tempo dirá.
A evolução no mundo
tecnológico tem proporcionado abismos cada vez maiores entre gerações. Meu
filho tenta ver as fotos em qualquer dispositivo como se estivesse num tablet
enquanto meu pai mal consegue operar um controle remoto. Alguns dirão que
depende muito do mundo ao seu redor. Obviamente, quem vive alheio à tecnologia
não pode se beneficiar dela. Mas o fato é que a distância entre mundos existe,
e não podemos ignora-la. Melhor aprender a conviver com esse mundo novo e
tentar adequar a educação dos nossos filhos a uma nova realidade tecnológica.
Por mais que nós, pais, não concordemos, precisamos aceitar e nos preparar.
Para nós, amantes da tecnologia, tudo pode parecer natural. Mas para quem não é
da área, as mudanças são drásticas e muitas vezes dramáticas.
Se antes nos
preocupávamos em chegar antes das 10 da noite em casa (ou vai dizer que sei pai
também não controlava seu horário?), agora precisamos controlar a hora de
nossos filhos desligam os gadgets. Os eventuais sociais agora são marcados via
rede social. Não se liga, não manda convite. Não entrou na net? Azar o seu,
perdeu! Dentro da nossa própria casa estão armas poderosas para colocar em
risco nossa família. Não estou falando de um fogão com água fervente em cima.
Nem de objetos pesados que possam cair e machucar. Estou falando dos diversos
meios de comunicação com o mundo exterior através da internet. Estar em casa
agora não é mais sinônimo de segurança. Na verdade, com a mobilidade, nunca
mais nos sentiremos seguros. Nossos dados pessoais estão espalhados por ai, em
diversos dispositivos. E o que não falta são espertalhões tentando a todo custo
obtê-los. Sem falar nos falsos perfis que atraem os desavisados, principalmente
os mais novos.
O que quero realmente
ressaltar é o abismo entre as gerações e como isso impacta nosso dia-a-dia. Sou
de uma época onde um encontro, tinha que ser meticulosamente marcado, porque as
pessoas não tinham como se falar depois de sair de casa. Sou de um tempo onde o
telefone fixo custava 4 mil reais, e que meu sonho de consumo era ter um
Motorola Elite (porque o PT-550 ninguém merece!). Como explicar pros nossos
filhos que antigamente não existia e-mail, e que as comunicações eram feitas em
papel escrito? Alías, nem e-mail, nem internet. Conhecer alguém da India, só
indo lá. E nós, como nos posicionamos no meio disso tudo? Vivemos as duas faces
da moeda, e agora temos que nos adaptar rapidamente a um mundo novo, totalmente
conectado e sem fronteiras (sem alusão àquela empresa de Telefonia). Somos o
elo entre gerações, a união do CP500 com o Mac, dos MSX e seus míseros kbytes
de memória com os ultrabooks, dos mapas em papel com o GPS e das cartas
escritas com o e-mail.
A modernidade que
nossos filhos encontraram neste século 21 contrasta com uma época mais
romântica, saudosista, onde se conversava mais e se digitava menos. Alias
digitava não, datilografava. Hoje os smartphones são computadores ambulantes,
e, através deles, fazemos boa parte do que antes só poderíamos fazer num PC. E
por falar em PC, lembram-se do seu lançamento? PC XT, depois AT 286, 386,
486... Não podemos esquecer o caminho que nos trouxe até aqui. Isso nos faz
valorizar nossas conquistas, num mundo que não era virtual. As pessoas eram
elas mesmas, e não um perfil falso. Só nos famosos bailes de máscara era
possível esconder o rosto. Hoje em dia o Photoshop criar verdadeiras esculturas
digitais. E já começamos a perder a noção do que é real e do que é virtual. Parece
que ser real agora está fora de moda.
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